Informática e eletrônicos têm os piores desempenhos da indústria
Números divulgados pelo IBGE nesta quarta, 2/9, refletem reduções generalizadas na produção industrial do país em uma tendência que não apenas se mantém constante há 17 meses consecutivos como indica piora na intensidade.
E com destaque negativo para os equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, setor com os maiores percentuais de queda.
É verdade que o setor foi um dos que apresentaram resultado positivo na passagem de junho para julho – enquanto a redução da atividade industrial como um todo foi de 1,5%, no caso de informática & eletrônicos houve alta de 3,2% “apontando o primeiro resultado positivo desde janeiro último”, diz o IBGE, para emendar em seguida que o setor “acumula nesse período perda de 28,2%”.
Além desse desempenho acumulado, o segmento tem o pior índice (entre os 26 ramos medidos pelo IBGE) na comparação com o mês de julho de um ano atrás (-34,8%) e no acumulado em doze meses (-22,8%). E como o tombo em junho fora significativo (-11,7%), o desempenho em julho não evitou que o setor tenha anda a pior média móvel trimestral (-3,6%).
Ao longo deste 2015 a indústria como um todo recuou 6,6%. Pelo peso no produto nacional, a queda acumulada de 20,2% na indústria automobilística foi a principal influência no desempenho geral desse período em que 23 dos 26 ramos caíram. Com perda superior a 28%, informática & eletrônicos aparece como segunda principal influência negativa.
Nessa queda aparecem como “impactos negativos mais importantes” televisores, computadores pessoais portáteis (notebooks, tablets, etc), telefones celulares, monitores de vídeo para computadores, computadores pessoais de mesa, gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD e semelhantes), peças e acessórios para máquinas de processamento de dados.
Esse desempenho ruim de equipamentos de informática e produtos eletrônicos foi medido antes das medidas de ajuste fiscal, que no caso específico do setor ganharam aperto extra nesta semana com o fim dos incentivos tributários da Lei do Bem. A venda de computadores e smartphones não terá mais isenção de PIS e Cofins, o que era até aqui um alívio de 9,25% no valor de varejo e um indutor da fabricação local.
A lista negativa nesse acumulado de 2015 inclui ainda placas de circuito impresso montadas para informática e impressoras multifuncionais. Quando a análise é feita na comparação com o que se via 12 meses antes, a ordem é praticamente a mesma e na relação de impactos negativos mais importantes aparece também receptor-decodificador de sinais de vídeos.
Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital